quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Até o fim da vida

O calor da fé e do amor os acompanhou
E o casal o atalho tortuoso da montanha contemplou
Ele perguntou à ela com um sorriso amigo
"Querida, mais um quilometro, você vem comigo?"
Ela olhou nos olhos que lhe pediam amor,
Olhou o caminho íngreme e ameaçador
E disse, contemplando além, o riacho na floresta
"Eu vou com você querido, todo o caminho que resta".




Permaneceram na floresta o outono inteiro.
E o murmúrio das folhas era constante companheiro,
Ele sacudiu a carga acumulada
E perguntou-lhe, olhando para a estrada
"Você vem comigo querida, até aquela encosta varrida pelos ventos"?





Ela olhou para o vale abaixo, o coração cheio de pensamentos.
Ante o vale ameaçador, com voz embargada...
"Eu vou com você querido, até o fim da caminhada".




Pararam na crista do monte para descansar;
A claridade fraca do sol, o céu escuro a manchar.
Profundo e sombrio era o vale e a jornada
Que enfrentaram, difícil e prolongada.




A primavera e o outono, quão distantes,
E quão longe a mocidade com seus apelos ressoantes.
Os cabelos dela, cheios de listras de neve, ele olhou,
O vale cheio de agruras assim o tornou.





Ele não conseguiu encontrar palavras
- seu coração explodia.




Mas ele sabia que ela sabia,
- desde o começo sabia -
E, então, apenas seus olhos lhe perguntaram:
"querida..."



Ela ternamente respondeu: ...
"até o fim da vida".

DESC AUTORIA


PUBLICADO 11 02 10 AS 22:05 HRS

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