domingo, 21 de fevereiro de 2010

A jóia perdida

A jóia perdida


Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.


Aproximou-se dele e disse:


-- Pareceis muito preocupado.

Posso ajudar-vos em alguma coisa?


-- Ah! - respondeu o árabe com tristeza - estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as jóias.


-- Que jóia era essa? -

perguntou o viajante.

-- Era uma jóia como jamais haverá outra - respondeu o seu interlocutor.


Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo.


Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais agrupavam-se sessenta menores.


Já vereis que tenho razão em dizer que jóia igual jamais poderá reproduzir-se.


-- Por minha fé - disse o viajante - a vossa jóia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual?


Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:


-- A jóia perdida era um dia, e um dia que se perde jamais se torna a encontrar.





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PUBLICADO 21 02 10 AS 20:02 HRS

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