terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A MENINA E O PÁSSARO


(baseado na história de Rubem Alves)

“ Era uma vez uma menina que tinha
um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado e voava por lugares longínquos.



O pássaro sai pelo universo...
Ele sai para conhecer o céu durante à noite.
Vê a lua, as estrelas...Fica encantado
com a velocidade dos cometas...
O pássaro volta e conta para a menina
as maravilhas do universo, do céu à noite,
do brilho das estrelas, da beleza da lua, da grandeza de Deus.
O pássaro sai passeando pela terra fria...
Vê o Iglú, os esquimós. Sente muito frio.



Vê a terra coberta de neve, tudo maravilhosamente
branco e puro, brilhando sob a luz da lua...”


A menina sente saudades. O pássaro voltou...e começou a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Novamente vai o pássaro conhecer outra terra: a terra quente...
Vê a alegria estampada nas feições das pessoas.
Vê o mar, a praia, o descanso, a paz e a felicidade
de se poder viver mas vê também o outro lado...
uma terra queimada pela seca, terra trincada sem água,
onde os grandes, os pequenos e os bichos sofre
a tristeza do sol, que não se apaga.



Vê pessoas sofrendo, vê a camada de ozônio
se acabando, os homens se destruindo e volta triste para a menina.



A menina ama aquele pássaro e pode ouví-lo sem parar, dia após dia.
E o pássaro ama a menina e, por isso, volta sempre.
Mas... chega sempre a hora da tristeza...da despedida...da saudade...
O pássaro viaja para o mundo da criança e lá fica muito tempo.



Vai ao parque, gira no carrossel, brinca com bexigas... entra nos contos de fada... experimenta as delícias dos doces...conquista o mundo das letras...



Não quer voltar. Ser criança é muito bom. È a felicidade que Deus criou.
E foi numa destas viagens demoradas, com medo de perdê-lo, que ela teve a idéia malvada de prender o pássaro na gaiola, para nunca mais partir...
A menina percebe com este ato, que o pássaro se entristece, que o “encanto” vai se acabando e que a vida não pode parar...




A menina consciente da importância da liberdade solta o pássaro. “ Pode ir, pássaro. Volte quando você quiser...”



É na liberdade que a pessoa se constrói, que se afirma e a realidade ganha sentido.
“Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama





PUBLICADO 23 02 10 AS 20:50

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