quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A palavra que faltava

A palavra que faltava

Havia uma mulher que amava as palavras.
Desde a meninice, elas exerciam sobre ela um grande fascínio.



Talvez por isso ela tenha aprendido a ler muito cedo.
Desejava decifrar aqueles sinais que preenchiam as páginas do jornal.




Gostava de apreciar a sonoridade das palavras.
Umas suaves, outras mais agressivas.
E de aprender o significado de cada uma delas.

Encantava-se em saber que as palavras
têm o poder de representar
o pensamento humano e estabelecer a comunicação entre as pessoas.



Descobriu que existem palavras doces e perfumadas, como flor, carinho, amizade, maçã. Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade. Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra.




Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança.



Verificou que existem palavras
que soam como uma sentença de morte, como câncer.
Dá para imaginar o impacto que esse vocábulo
é capaz de causar nos ouvidos de quem a ouve?



Um dia, no entanto, ela ouviu dos lábios
do médico que acabara de examinar
com muito cuidado uns raios-x, esta palavra e a achou muito feia.




Num momento, a paisagem se modificou,
pareceu-lhe não haver mais luz, embora ainda fosse dia.
O sangue lhe sumiu das faces, dando lugar a um suor gélido.



O coração tentou fugir a galope.
Ela se lembrou de que, tempos atrás,
fora convocada para uma batalha pela vida.
Agora, outra vez lhe competia empreender a luta pela vida.




Fruto da ignorância, o medo, sempre oportunista,
se instalou e a insegurança a dominou.
O especialista foi lhe afirmando que
havia muitas chances de melhora,
graças às mais recentes conquistas da medicina.




Mas ela nem conseguia mais prestar atenção.
A voz do médico parecia distante.
O cérebro dela desenhava paisagens sombrias,
comprometendo o equilíbrio.



De volta ao lar, um tanto mais calma,
talvez inspirada por benfeitores invisíveis,
ela se lembrou de orar.

Preparou sua alma para entrar em contato com Jesus e lhe rogar as forças necessárias.

Enquanto orava, pareceu ver
o azul do firmamento, num cair de tarde,
começando a salpicar de estrelas.

Dele se destacou uma luz radiante, abrangendo todo o espaço ao seu redor.



Alguém, de olhar sereno e sorriso cativante
lhe estendeu os braços. Caminhou em sua direção
e um delicado perfume a envolveu.

Ela se sentiu aconchegar de encontro
ao peito daquela criatura tão serena,
como se fosse uma criança amedrontada.

Uma nova energia invadiu todo o seu ser e, então,
como um canto divino ela ouviu dentro d’alma
a voz melodiosa do mensageiro:



Filha, por que choras? Entre todas as palavras que admiras, esqueceste a mais importante, a mais poderosa.


Ela se atreveu a perguntar: e que palavra eu esqueci, Senhor?

Ele se afastou um pouco, tomou o rosto dela entre suas mãos e olhando-a com doce ternura, respondeu: a palavra é fé!


Fé é a mola propulsora que permite superar óbices e vencer obstáculos.

Fé é força motriz da alma que, assim alimentada,
vence os percalços e avança, vitoriosa.

Por esta razão é que o Mestre de Nazaré ensinou,
um dia:


se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: move-te daqui para lá e ela se moverá.


E a montanha que todos precisamos mover para avançar na estrada da vida, chama-se dificuldade.



PUBLICADO 18 02 10 AS 19:47 HRS

Um comentário:

  1. dificuldade e mesmo uma palavra dificil mas tenho serteza que a palavra fe e maior que todas a palavras mas terrivis mas amargas que possa existir te amo meu deus tenha misericordia de nos pecadores nos proteja e nos guie sobre toda a escuridao

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